Irmãos, eu vos saúdo! Embora presos,
Ameaçados, malditos, sem futuro,
Temos, em nossos braços indefesos,
Asas de anjo e tendões de palimuro.
Estes focos azuis em nós acesos
- Luz da grande cidade que procuro -
Hão de arder ante os sápratas sorpresos,
Quando for lei o que hoje é sonho puro.
- Guerreiros da Anarquia - os sofrimentos
São para nós auréola e honra sublime,
E mais no honram quanto mais violentos.
Tenhamos por bem vindas nossas dores,
Que a dor aos homens justos não oprime
E torna os mais humildes superiores.
José Oiticica
1919
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