Morte, quer ser minha amiga?

Morte, espada cruel do destino
Guardiã do sagrado templo
Sobre vida e morte raciocino
Porque ainda tenho tempo

Oh morte que nunca pedes licença

Tu que conheces bem os mortais
Seus lamentos e arrependimentos finais
Assustudados, fugindo da sua poderoza presença
Implorando uma segunda chance para concertarem seus erros
Mas é tarde, foi chegada a hora de cumprir a sentença
Tudo que nasce está condenado a morrer, eis os termos

Não tenho conciência do que realmente sou
Mas me encontro aqui, vivendo como um mortal
Para cá eu vim, aqui vivo e daqui me vou
A vida é  pequena mas também colossal

Morte, morte, por vezes você quase me levou
Mas por algum motivo ainda aqui estou
Queria que você fosse minha amiga


Tu que conheces tão bem os mortais
Seus lamentos e arrependimentos finais

Com certeza sabes muito sobre a vida
Peço que sejas minha conselheira
Eu que sou o que sou e não o que queriam que eu fosse
Quando me atingires com tua foice
Quero que boa seja a colheita

Se possível partir com um sorriso no rosto
Sem carregar arrependimento ou desgosto
Sem medo ou lamúrias, não quero lhe fazer desfeita
Nessa hora quero te dar um forte abraço
E orgulhoso te contar minha história
Cantar meus feitos e fracassos
Lendas de minha tragetória
E na terra ter deixado contribuição satisfatória

São essas ambições que traço
Eu, um insignificante grão na imensidão do tempo e do espaço

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Luiz Aurélio