Estória

Nossa como somos importantes
Ao menos na história recente
Saímos às ruas com faixas e bandeiras
E depomos mais um@ president@
Precisamos de poderes exteriores
E da figura de um@ dirigente
Se ele não faz ou cumpre o que promete
Tiramos ele de lá, pois o povo ainda é resistente

O tempo passa e a vida não muda
Ess@ que entrou mente e entra na nossa mente
Aumenta nossa exploração, alienação e opressão
Dizendo que o crescimento do país, da região e do continente
É o que dá pra fazer no momento, pois isso é bom pra gente

Na fábrica, na loja, no escritório
Enfim, na labuta e no batente
Começamos a perceber que não adianta
Apenas tirar mais um@ pra luta seguir em frente
Chegamos à conclusão que ninguém mais vai nos dizer
O que só a gente tem de fazer
Ocupar fábricas, terras, saquear mercados e parar a produção
Não só nos dias de protesto contra quaisquer president@s, dirigentes ou senhor@s!

Rubens Vinícius, 24/12/12.

Traidores Bolcheviques


Quanta enganação...
Malditos bolcheviques!
Quando correm águas de revolução...
O que eles fazem nessa situação?
Barram seu caminho pondo diques!

Quando falamos revolução
Falamos de toda a sociedade
organizada em autogestão

Quando eles falam revolução
É um engodo na verdade
Para outra forma de opressão

Nós queremos transformação imediata
Com eles não temos nada em comum
Eles propagam um conto de fadas
Buscando enganar mais algum
É o conto da etapa de transição necessária
Que é uma transição de fachada
Que transita do nada para lugar nenhum

Quando a luta popular abre alas
Quando os trabalhadores ardem como brasas
Quando o povo se revolta e cria asas
Os porcos logo querem por as patas
Para fazer a contra-revolução
E estabelecer nova dominação
A dominação dos burocratas

Só o povo a revolução garante
Autogestão é caminhar adiante
Seguir um Lênin é estar perdido
"A revolução não é tarefa do partido!"

A traição e a decepção aguarda
A todo que acredita na vanguarda
Ela fala em ganho mas só traz perda
O bolchevismo é o ópio da esquerda!

Transformação ?
É acabar com os exploradores
E com a possibilidade de novos senhores
Combater a corja dos notórios traidores
Pois a revolução dos trabalhadores
Só há de ser obra dos próprios trabalhadores!


Luiz Aurélio
Novembro 2011

A Justiça


Ouves! Retumba a torva tempestade
Que pavorosa envolve a humanidade,
No turbilhão, perene dessa vida,
Que a casta não a vê já dissolvida.

Cultos, deuses, senhores poderosos,
Erguem-se insustantes, vis, jocosos,
Defronte à torpe massa que desfila,
Sob uma carga enorme, que aniquila...

E que alguém erga a voz debilitada,
Que diga que quer pão, que quer abrigo,
Como na esquina o trôpego mendigo!...

Que invoque a lei sagrada, ou a justiça,
Que num leito de vil ouro se espreguiça:
Caprichosa Cruel Ensanguentada!...


José de Barros
"Publicado no Jornal "A Revolta", Santos, 01/05/1914"