Fora todos os opressores!

Fora Marconi com certeza
Porém não com delicadeza
Protestemos com rudeza
Por que rude é a riqueza
Que acumularam com frieza
Os que roubaram com destreza

Ser governado é dureza
O poder é corrupto por natureza
Sua existência é pro povo a tristeza
Da opressão, exploração e pobreza
Da competição, desunião e fraqueza
Do medo, incapacidade e incerteza

Façamos então limpeza
Lutemos com firmeza
Fora Marconi com rudeza
Fora detentores da riqueza
Fora bandidos da grandeza!

A solução não é surpresa...
O povo possui a chama acesa
Pra destruir a vil torpeza
Pra construir com profundeza
A revolução, maior proeza
Autogestão sua fortaleza

Aurélio
(distribuído durante um protesto em Goiânia do movimento Fora Marconi, ano de 2012)

Da insuficiência dos livros

Já procurei em tudo quanto é lugar
Algo que talvez me aliviasse.

Busca vã. Resultou infrutífera.
Mudei de emprego, de cidade, de país...

Não pude, contudo, mudar de universo,
Nem muito menos, mudar o cotidiano da vida.

Tentei refúgio nos livros:
Li poesia, ficção, economia, história...

A resposta também não estava ali.
Conhecer o mundo não é mudar o mundo!!!

Elaborei toda uma interpretação
Da vida, do indivíduo, da sociedade...

Conheci Marx e Freud, Bakunin e Brecht,
Simone de Beauvoir e Sartre, Lima Barreto e Mayakovsk.

Ao lê-los, senti-me cada vez mais deslocado.
Percebi que há algo errado, vi os anelos da mudança.

A verdadeira felicidade, a verdadeira vida
Não se encontra nos textos, nos livros, nos autores.

Eles são somente a lâmpada que iluminam o pensar,
Que clarificam o caminho para luta derradeira.

O fim da minha angústia, da minha incompletude
Encontra-se única e exclusivamente em minha luta.

Luta que é minha, luta que é sua, luta que é nossa.
Mudar de universo é muito pouco. Temos mesmo é que mudar o conjunto da
vida.


Lucas Maia