Primeiro do Maio

Qual imenso vulcão em rubra efervescência,
Sinto ter o meu peito em ódio fremitoso,
- Ora manifestando em viva incandescência,
ora em fermentações de lance vaporoso.

E o peso brutal dessa rude existência,
no contínuo lutar da vida sem repouso,
correm-me pelo sangue indômito e raivoso
anseios de abrasar-me à luz da independência...

E como aquela plêiade e temerária raça
com rara impavidez clamara a tirania
do burgo prepotente em tempos que lá vão,

tu, ó Maio de luz e dor que agora passa,
dá-me forças também, para com ardentia,
proclamar do Porvir o sol da Redenção


Pedro A. Mota


Nenhum comentário:

Postar um comentário