Da incapacidade de amor



A todos os amantes que insistem em ser felizes

O amor dos poetas foi sempre algo sublime demais,
Uma nuvem tênue que não alcança as pessoas reais.

De nada vale um amor destes para sermos felizes.
Também não basta o que oferecem as meretrizes.

Mas o problema verdadeiro não reside na alma individual,
É uma força muito mais ampla, é uma relação social.

O mal do qual padece hoje toda a espécie humana
Foi uma vez expressa naquela máxima hobbesiana.

Mas se o homem é o lobo do próprio homem,
Quem é o lobo do lobo do homem?

Se venceu a mentira darwinista da seleção natural,
Retornou o homem a ser novamente só animal?

Se venceu Freud e toda a sua fantasia do Édipo,
Deixou o homem de ser real, para ser mero arquétipo?

Pois, se se revigora da competição o capitalismo,
O amor torna-se para ele mais um fetiche de consumismo.

Sendo do homem o amor uma grande potencialidade,
Converte-se nos dias de hoje em bem da publicidade.

Ehhh!!! Só haverá nesta vida amor verdadeiro
Quando o homem decidir mudar o mundo inteiro.

Melhor dizendo, só haverá finalmente amor de verdade
Quando a classe operária construir uma nova sociedade.


Lucas Maia

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