O Desprendimento
Não escrevas, se és Gênio, por vaidade,
Faze tudo o que deves por dever.
Somente a alma de apóstolo persuade
E obriga as almas débeis a poder.
Que o teu verbo, se és deus, ensine e brade
Sacudindo os que morrem sem viver.
Só assim hás de ter sinceridade
Para pensar e amor para escrever
Não te lembres da glória, combatendo!
Ela virá quando tiver de vir,
No teu dia mais fúnebre e tremendo...
Ela cresce, entreoculta, em teu porvir!
Sê digno de esperá-la, assim, sofrendo,
Sem desejos sequer de a conseguir.
José Oiticica
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