Aí tendes o Amor do século pujante,
A portentosa lei que há-de reger o mundo,
Quando o sol, que hoje rompe apenas no levante,
Atingir do zenite o páramo fecundo.
É forçoso que após a morte desastrosa
Das divindades vãs, fantásticas de outrora
Se eleve, como um astro, a crença luminosa
De uma igreja maior, mais forte e duradoura.
Seja pois o universo a Grande Igreja
Onde o novo ritual em pompas de Thabor
Se célebre, e cada um o sacerdote seja,
E cada peito o altar da religião do Amor.
Augusto de Lima
"Em A Lanterna, semanário anticlerical libertário, São Paulo, 27/06/1914"
Na nossa trincheira o sangue é mais vermelho
Mudam-se os nomes, mas não as relações
A linguagem é mais uma trincheira, disso muito sabem os senhores
E os que lhes auxiliam a nos manter em grilhões
Para o "livre desenvolvimento" da acumulação capitalista
O aumento dos lucros e a socialização da miséria
É travestido com o nome sugestivo de "terceirizações"
O governo da pseudoesquerda, acusado por seus asseclas
De ser conivente e promotor de mais uma entre tantas traições
Desde o seu início mostra sua verdadeira face e é indefensável
Pois seu objetivo continua a ser nos manter em grilhões
Fala-se em golpe da direita, mas a pseudoesquerda bate bem e bate muito forte...
Ataque e mais ataque e depois de mais esse duro golpe
As classes exploradas e oprimidas, que não são tão ingênuas e amorfas
-Desde junho e julho de 2013 temos a mais cabal e concreta prova-
Precisam intensificar a luta, libertando-se das burocracias e demais ilusões
Os conflitos de classe no mundo se acirram
E não me refiro às falsas polarizações
A cada dia se torna mais necessário aprofundar a crítica sem piedade
Ao capital, estado, partidos, igrejas, polícias e demais instituições
Cuja existência só possui sentido nesta sociedade
Que para se reproduzir necessita do aumento da violência e das punições
A maioridade penal aos 16, cortes na educação, na saúde
Chacinas, morticínios e repressão nas periferias com as desocupações
Agora assaltam as conquistas dos trabalhadores, que também
Foram fruto de sangue, suor e lágrimas nas ruas e trincheiras
E não benesses advindas das sagradas legislações
Como querem nos fazer crer os oligopólios das comunicações
Há quem ainda peça paz e menos violência
Diante da barbárie sistemática que nos dilacera
Pedir paz contra quem tem o monopólio da brutalidade
É o mesmo que querer perfumar o odor fétido
Dos senhores que nos mantém na mediocridade
Já passou da hora de pedir clemência
Ou um Estado que "cumpra suas funções"
A luta deve ser pela derrubada profunda, radical e violenta
Da ordem burguesa e todas as suas expressões!
Rubens Vinícius
A linguagem é mais uma trincheira, disso muito sabem os senhores
E os que lhes auxiliam a nos manter em grilhões
Para o "livre desenvolvimento" da acumulação capitalista
O aumento dos lucros e a socialização da miséria
É travestido com o nome sugestivo de "terceirizações"
O governo da pseudoesquerda, acusado por seus asseclas
De ser conivente e promotor de mais uma entre tantas traições
Desde o seu início mostra sua verdadeira face e é indefensável
Pois seu objetivo continua a ser nos manter em grilhões
Fala-se em golpe da direita, mas a pseudoesquerda bate bem e bate muito forte...
Ataque e mais ataque e depois de mais esse duro golpe
As classes exploradas e oprimidas, que não são tão ingênuas e amorfas
-Desde junho e julho de 2013 temos a mais cabal e concreta prova-
Precisam intensificar a luta, libertando-se das burocracias e demais ilusões
Os conflitos de classe no mundo se acirram
E não me refiro às falsas polarizações
A cada dia se torna mais necessário aprofundar a crítica sem piedade
Ao capital, estado, partidos, igrejas, polícias e demais instituições
Cuja existência só possui sentido nesta sociedade
Que para se reproduzir necessita do aumento da violência e das punições
A maioridade penal aos 16, cortes na educação, na saúde
Chacinas, morticínios e repressão nas periferias com as desocupações
Agora assaltam as conquistas dos trabalhadores, que também
Foram fruto de sangue, suor e lágrimas nas ruas e trincheiras
E não benesses advindas das sagradas legislações
Como querem nos fazer crer os oligopólios das comunicações
Há quem ainda peça paz e menos violência
Diante da barbárie sistemática que nos dilacera
Pedir paz contra quem tem o monopólio da brutalidade
É o mesmo que querer perfumar o odor fétido
Dos senhores que nos mantém na mediocridade
Já passou da hora de pedir clemência
Ou um Estado que "cumpra suas funções"
A luta deve ser pela derrubada profunda, radical e violenta
Da ordem burguesa e todas as suas expressões!
Rubens Vinícius
Poema obsceno
Façam a festa
cantem e dancem
que eu faço o poema duro
o poema-murro
sujo
como a miséria brasileira
Não se detenham:
façam a festa
Bethânia Martinho
Clementina
Estação Primeira de Mangueira Salgueiro
gente de Vila Isabel e Madureira
todos
façam
a nossa festa
enquanto eu soco este pilão
este surdo
poema
que não toca no rádio
que o povo não cantará
(mas que nasce dele)
Não se prestará a análises estruturalistas
Não entrará nas antologias oficiais
Obsceno
como o salário de um trabalhador aposentado
o poema
terá o destino dos que habitam o lado escuro do
país
- e espreitam.
Ferreira Gullar
Ordem Mecânica
O principal libelo de nosso mundo é a engrenagem mecânica.
Roda nela o ser humano dentro de uma ordem todo tirânica.
Para produzir uma montanha de inutilidades industrializadas
Trabalha o operário, cotidianamente, em dinâmicas rotinizadas.
Toda a vida que um mundo inteiro de relações cria
É simplesmente uma arte administrada contra a alegria.
Mas a dor da repetição realizada de forma infinita
É sentida de modo alucinante pela multidão aflita.
E a engrenagem roda muito violenta: dente-a-dente.
Em cada vão segundo, tomba mais um homem doente.
Pois na repetição da rotina infernal sem anistia
Vive todo o povo morrendo dia-após-dia.
E da máquina que funciona impassível
Brota uma lógica social quase invisível,
Que transforma o homem em simples engrenagem
Donde ele funciona e as máquinas soberanas agem.
Hoje reina absoluta e forte dentro da oficina
A máquina, este grande monstro de rapina.
Mas a máquina é somente uma manifestação mecânica
De homens mecanizados, furiosos, tal qual lava vulcânica.
Ahhhh!!! Não se sabe hoje em dia quem é mais artificial,
Se a máquina que domina o homem ou o homem que virou metal.
Texto: Lucas Maia
Imagem: Cena do filme Tempos Modernos de Charlie Chaplin
Roda nela o ser humano dentro de uma ordem todo tirânica.
Para produzir uma montanha de inutilidades industrializadas
Trabalha o operário, cotidianamente, em dinâmicas rotinizadas.
Toda a vida que um mundo inteiro de relações cria
É simplesmente uma arte administrada contra a alegria.
Mas a dor da repetição realizada de forma infinita
É sentida de modo alucinante pela multidão aflita.
E a engrenagem roda muito violenta: dente-a-dente.
Em cada vão segundo, tomba mais um homem doente.
Pois na repetição da rotina infernal sem anistia
Vive todo o povo morrendo dia-após-dia.
E da máquina que funciona impassível
Brota uma lógica social quase invisível,
Que transforma o homem em simples engrenagem
Donde ele funciona e as máquinas soberanas agem.
Hoje reina absoluta e forte dentro da oficina
A máquina, este grande monstro de rapina.
Mas a máquina é somente uma manifestação mecânica
De homens mecanizados, furiosos, tal qual lava vulcânica.
Ahhhh!!! Não se sabe hoje em dia quem é mais artificial,
Se a máquina que domina o homem ou o homem que virou metal.
Texto: Lucas Maia
Imagem: Cena do filme Tempos Modernos de Charlie Chaplin
Desobedecer
Desobedecer é viver
Fazer tudo que queres fazer
Desobedecer é subverter
Contra todos aqueles que querem nos deter
Ser e não precisar de ter
Desobedecer é liberdade
Estar com tranquilidade
Sem se preocupar com a idade
Desobedecer é amor
Viver sem rancor
Revolucionar a dor
Desobedecer é sonhar
Estar em todo lugar
Caminhando sem parar
Gilcélio
https://vomitossubversivos.wordpress.com/
Fazer tudo que queres fazer
Desobedecer é subverter
Contra todos aqueles que querem nos deter
Ser e não precisar de ter
Desobedecer é liberdade
Estar com tranquilidade
Sem se preocupar com a idade
Desobedecer é amor
Viver sem rancor
Revolucionar a dor
Desobedecer é sonhar
Estar em todo lugar
Caminhando sem parar
Gilcélio
https://vomitossubversivos.wordpress.com/
Perspectiva do proletariado
Cresça no seu peito autêntica certeza
Que nos que hoje são humilhados
Explorados e inferiorizados
É que reside a verdadeira grandeza
A grandeza que esses carregam
não é a capacidade de suportar
Essa odiável situação
Mas sua capacidade de lutar
Se unir para a ação
Sua humanidade afirmar
Promover a transformação.
Essa velha ordem aniquilar
E construir a autogestão
Que nos que hoje são humilhados
Explorados e inferiorizados
É que reside a verdadeira grandeza
A grandeza que esses carregam
não é a capacidade de suportar
Essa odiável situação
Mas sua capacidade de lutar
Se unir para a ação
Sua humanidade afirmar
Promover a transformação.
Essa velha ordem aniquilar
E construir a autogestão
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