Vem, ó Maio, saudam-te os povos,
em ti colhem viril confiança;
Vem trazer-nos cerulea bonança,
Vem, ó Maio, trazer-nos dias novos!
Vibre o hino de esperanças aladas
ao grão verde que o futuro matura,
à campina aonde a messe futura
já flori sobre as negras queimadas!
Dezertai, ó falange de escravos,
da lavoura, da negra oficina;
um momento de tregua à fachina,
ó abelhas roubadas aos favos!
Lavantemos as mãos doloridas,
e formemos um feixe fecundo;
nós queremos reunir este mundo
dos senhores da terra e das vidas.
Sofrimentos, ideais, juventude,
primaveras de turbina arcano,
verde Maio do jenero humano,
daí corajem aos animos rudes!
Enflorai ao rebelde caido,
com os olhos fitando o nascente,
ao obreiro que luta fremente,
ao poeta, jentil, esvaido.
Jornal A Voz do Trabalhador - 1914
*optamos por manter a grafia original
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