Aos crentes


Mortais, crede com fé, com viso de verdade.
Verdade de pureza heróica e irrefutável,
Que a crença que domina a tola humanidade
É uma crença imbecil corrupta e detestável.

                      Da solidão astral mos chega a luz vigente
                      A luz que nossa treva afugenta e ilumina,
                      E assim o amotinas vereis incontinente
                      Na crença virtual a que julgais divina.

Ao histrião e ao pulha e mesmo ao que domine
Símbolos dessa crença infame, e desse mal,
Daremos por lições a ler Kropotkine
E não devemos crer que nossa alma é imortal!

                      Gozemos com fervor o mundo, esse conjunto
                      De crenças, de ilusões, de prantos, de maldades;
                      Exploremos sem pejo a flor do tal assunto
                      Ao forte despertar arcano das verdades...

Funâmbulos, mastias, assim desta maneira
Irão provavelmente atrás sem freguesia:
Acabam-se os missais, a grande pagodeira.
E o baile religioso ecoando a vilania.

                      Hipócritas de "deus", palhaços infamantes,
                      Impudentes cristãos e falsos clericais,
                      Não mais conseguirão com capas farsantes
                      Vestir a humanidade em almas imortais!

Brademos com fervor, mas com fervor imenso,
Fervor que ao deus - natura alegrará por certo:
Como um sábio qualquer a revirar com senso
As folhas colossais de um grande livro aberto.


Adalberto Vianna

Um comentário:

  1. Perdi deus e agora?
    Que o homem ao homem se explore
    (da janela da igreja)
    Há vida lá fora?

    Sinto o vento nos genes
    sinto o ar ficando mole
    (agora sozinho)
    mole te lembra pênis?

    Quem não para em pé
    nas rodinhas se escore
    Eu já sou bicho preso
    nos questionamentos à fé.

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