Pequeno Proletário


Tenho pena de ti, pequeno proletário,
Que, de manhã à noite, aí no opfício,
Desperdiças, assim, por mísero salário.
Os anos infantis, em troca de um ofício.

                          Tenho pena de ti, vítima do corsário
                          Da sociedade vil, por cujo sacrifício
                          Te arrebanhou, sem dó, a voz do argentário,
                          Julgando ainda ser isso um grande benefício.

Hás de, amanhã, bem sei, oh pequenino estóico,
Rebelde invertebrado, hás de, por certo, ser,
Contra essa malvadez, soldado bom e heróico.

                          Alguém, então, zombando, esse teu proceder,
                          Dirá que não és mais que um louco, um paranóico,
                          Clamando pela luz do Rubro amanhecer !...


João Medeiros Coimbra

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